Observações sobre Politéia ("A República"); Livro 9

Platão começa o livro 9 "da República" abordando os desejos e prazeres, especialmente os desnecessários. [571] O autor mostra seu mestre Sócrates, explicando que alguns destes podem ser controlados pelas leis e por desejos melhores, porém outros desejos surgem particularmente à noite. Para combater estes últimos que induzem o ser humano à insensatez, ao impudor e aos sonhos anômalos, o filósofo sugere que antes de dormir as pessoas devem alimentar-se dos pensamentos belos/ bons (kalon), meditando interiormente, afastando o desejo sem ser por carência nem por excesso. Depois fazer igual com o elemento "irascível" (thymous) da alma, para por em movimento a terceira "parte" da alma, a da reflexão, que atinge a verdade. 

Curioso como a teoria tripartite da alma (psiquê) proposta por Platão tem semelhanças com a "alma asteca". Embora o filósofo grego utilize a palavra psiquê para designar os conceitos tanto de alma como de mente, tratando alma como sinônimo de mente, os tradutores das obras de Platão são quase unânimes ao traduzirem a palavra grega como alma. Isto deve ter ocorrido porque Platão considerava que a psiquê sobrevivia à morte do corpo, deixando este na morte do mesmo, e possivelmente deixando-o até mesmo durante o sono.

Resumidamente os astecas também dividiam a alma em 3 partes, uma rudimentar e mais nociva, uma relacionada ao coração e às emoções e uma vinculada à cabeça, ao destino e ao divino. A quem interessar segue um link com conteúdo sobre o assunto: https://www.mexicolore.co.uk/aztecs/aztec-life/notes-on-the-three-spirits-souls-animistic-forces   

Durante o diálogo apresentado no livro 9 da obra A República, Sócrates indica que os governantes que se deixam levar pelo domínio de seus desejos insaciáveis, como os desejos por poder e honra sem filosofia/ sem ética (típicos do timocrata), pelo desejo por riquezas e prazeres sedutores (típicos dos oligarcas) e por uma ausência de regras (típica da democracia e dos democratas), acabariam se tornando tiranos. O tirano entregue ao descontrole de sua própria psiquê, acabaria experimentando prazeres como banquetes e orgias e nunca ficaria plenamente satisfeito. Assim, em sua insatisfação o tirano cairia em acessos de fúria e se viraria até mesmo contra parentes próximos, buscando sem pudor algum, recursos e aliados que servissem seus interesses particulares. Por esta razão, Sócrates diz que o desejo (eros) é um tirano da alma (psiquê), o que explica a necessidade de controlá-lo e alinhá-lo com o thymous (indignação, emoção, sentimento) voltado à sabedoria que é alvo da "parte superior da psiquê"; A busca pela episteme (conhecimento, ciência) que tem por finalidade as ideias mais imutáveis e unas (universais), como a justiça, a moderação, a coragem e o bem/ belo (kalos).

[575] Sócrates — Ora, se num Estado os homens deste gênero (tirânico) são em pequeno número e o resto do povo é sensato, eles partem para ir servir de soldados a um tirano qualquer ou se alistarem como mercenários, se houver guerra em qualquer parte. Mas, se a paz e a tranqüilidade reinam por todo lado, ficam na cidade e cometem aí um grande número de pequenos delitos.
Adimanto — E que delitos seriam esses?
Sócrates — Por exemplo, furtam, abrem fendas nas paredes, cortam as bolsas, roubam os transeuntes, capturam e traficam escravos e por vezes, quando sabem falar, são delatores, falsas testemunhas e prevaricadores.
Adimanto — Esses só serão pequenos delitos se esses homens forem em pequeno número!
Sócrates — Sim, pois que as pequenas coisas só são pequenas em comparação com as grandes, e todos estes delitos, no que tange à sua influência sobre a miséria e a infelicidade da cidade, nem sequer se aproximam, como se diz, da tirania. Com efeito, quando tais homens e os que os seguem são numerosos num Estado e tomam consciência do seu número, são eles que, ajudados pela estupidez do povo, engendram o tirano na pessoa daquele que tem na sua alma o tirano maior e mais completo.
Adimanto — E natural, porque será o mais tirânico. 

Aqui o filósofo indica como são os apoiadores de um tirano e possivelmente mostra uma relação recíproca de tirania; um tipo de círculo vicioso na sociedade. Faz sentido já que na história da humanidade muitos líderes antiéticos que apoiaram a propagação de miséria enriquecendo minorias ou que incitaram perseguições irracionais e guerras, foram apoiados por grande parte do povo.

Sócrates — E então pode ocorrer que a cidade se submeta de boa vontade ao tirano; mas, se resistir, assim como outrora maltratava o pai e a mãe, ele castigará a sua pátria, se tiver poder para isso, e introduzirá nela novos companheiros e, entregando-lhes aquela que outrora lhe foi querida, a sua mátria, como dizem os cretenses, irá reduzi-la à escravidão. E a esse ponto que levará a paixão do tirano.

Interessante como Platão indica que os cretenses usavam o termo "mátria" ao invés de pátria. Isto parece ter relação com as artes encontradas na região (de Creta), referentes à antiga civilização minóica, que retratavam mais as mulheres do que os homens.

Sócrates (e Platão) conclui que o tirano não só tem as piores características de um "timocrata" (a priorização das honrarias, da vitória etc), mas também as dos oligarcas que priorizavam a propriedade privada, o dinheiro, o luxo e os prazeres sensoriais intensos e/ou desnecessários. Assim, o filósofo e os demais interlocutores, classificam os sistemas de governo do melhor ao pior: Em 1º lugar estaria o governo dos filósofos (seja chamado de realeza, aristocracia ou outro nome), em 2º estaria a timocracia, em 3º a oligarquia, em 4º a democracia e em último, a tirania. Platão admite que há sistemas intermediários entre estes, mas apresenta o assunto desta maneira resumida e, claro, com as limitações de sua época e local: A democracia ateniense do século 4 aC era bastante imperfeita (elitista para os padrões deste século 21) e não admitia a participação de mulheres, de pessoas empobrecidas etc... O autor ainda modifica um pouco desta sua interpretação política na obra O Político, onde ele classifica os sistemas de governo na seguinte sequência: 1º governo dos filósofos; 2º monarquia com leis, 3º "populacho" (democracia livre de leis), 4º aristocracia (uma oligarquia com leis), 5º oligarquia, 6º democracia com leis (nunca agradaria a diversidade das massas) e em 7º e último lugar a monarquia sem leis (a tirania). Estas leis ditas na obra O Político, não são leis arbitrárias e sim leis baseadas na ética, na universalidade numa tentativa de um sistema uno que serve ao estado/ ao coletivo. 

Neste ponto do diálogo [577 b-e], Sócrates recorda a semelhança entre a cidade/ estado e o indivíduo: a tirania não seria só o pior sistema de governo, como o também tirano seria o pior tipo de indivíduo. Isto porque os indivíduos tomados pelos desejos insaciáveis por bens materiais, por prazeres sensoriais e por poder (etc) são os mais infelizes dos seres humanos. Indivíduos tirânicos (e suas respectivas psiquês) são escravos de seus desejos particulares, e quando chegam ao poder de uma cidade, estado ou de qualquer outra sociedade, para satisfazer suas ambições insaciáveis, escravizam a maioria da população. Continuando sua comparação do indivíduo com o estado/ o coletivo, [580] Sócrates diz que ambos podem ser classificados em 3 partes: O estado composto pelas 3 classes reuniriam os respectivos 3 tipos de indivíduos/ almas (psiquês) em cada uma delas:

A classe dos artesãos e mercadores seria repleta de indivíduos dominados pela parte inferior da psiquê e seus desejos, geralmente numerosos, por lucro, acúmulo de dinheiro, propriedades privadas e/ ou por prazeres (hedon) mais rudimentares como os de banquetes e os "afrodisíacos" (sensuais, sexuais etc); 

A classe dos guardiões e guerreiros teriam mais indivíduos com suas psiquês direcionadas pelo elemento intermediário "irascível"/ emocional (thymous) que precisa ser alinhado à parte superior da psiquê, para que não se tornem como os indivíduos típicos da oligarquia, da tirania etc; 

A classe dos filósofos seria aquela que controla seus desejos, voltando a parte (elemento) intermediária da psiquê para a parte superior que é amiga da sabedoria e do estudo/ aprendizado das virtudes/ ideias (eidos) de justiça, moderação, coragem e do Bem/ belo (kalos, valor uno, universal);

[581...] Sócrates — Por isso é que dizíamos que há três classes principais de homens: o filósofo, o filónikon (amigo da vitória, ambicioso ou briguento) e o filokérdes (amigo do lucro, interesseiro). 

Curiosidade: Até este ponto da obra "A República", fica evidente que Platão dividiu a sociedade humana em 3 classes: Filósofos, os ideias para governarem e legislarem - Aqueles que buscam a verdade, o conhecimento que leva ao Bem; Guerreiros, os corajosos ou indignados ideais para formarem o exército/ os guardiões da cidade/ estado - Que preferem a honra da guarda e do combate; Artesãos e mercadores - Trabalhadores que preferem a diversidade de bens materiais. Tal classificação do ser humano na sociedade/ na civilização aparece em outras culturas como em teorias religiosas/ mitológicas/ espirituais. Na mitologia dos povos do Cáucaso (osseta, vainakh, georgiana...), por exemplo, os semi deuses ou "primeiros humanos filhos dos deuses" foram divididos em 3 clãs (getas): 

Alai: Os sábios, os espirituais/ religiosos, talvez comparáveis com os líderes, os filósofos;

Aexserta: Os bravos, comparáveis com a classe dos guerreiros/ guardas, (filónikon);

Boretai: Os ricos, comparáveis com os mercadores (filokérdes) e possivelmente também com artesãos;

Existem outras teorias com algumas semelhanças à estas, como no hinduísmo, mas não as detalharei aqui. 

[582-583] Sócrates — Examina o caso, amigo Glauco, do seguinte modo: quais são as qualidades requeridas para julgar bem? Não são a experiência, a sabedoria e o raciocínio? Existem critérios melhores do que estes? 

Glauco — Não seria possível. 

Sócrates — Então repara. Qual destes três homens tem mais experiência de todos os prazeres que acabamos de referir? 

Neste trecho da obra, o autor começa a formular uma escala de prazer que vai do mais desnecessário, o sensorial intenso/ grosseiro (tipicamente almejado pelo interesseiro), até o prazer cognoscível / intelectual/ virtuoso/ ético/ imutável/ uno/ universal, que é mais necessário (finalidade dos filósofos). Quem tem experiência nesses "prazeres" relacionados à sabedoria, à justiça e às demais virtudes que fazem bem a todos devido ao fato de serem universais, tem mais capacidade de julgar corretamente.

Glauco diz que mesmo que o interesseiro (filokérdes: amigo do lucro/ filokhrimaton: amigo do dinheiro) se pusesse a estudar a natureza das essências, ele não veria necessidade de sentir todo o prazer e experiência desta benesse. Além disso, tal interesseiro não levaria a coisa a sério, diferente do filósofo que é educado desde criança nos prazeres da filosofia (e seus valores universais/ virtudes). Já o indivíduo que cresceu ambicioso (filónikon) também só é favorecido pela honra quando atinge seus objetivos reconhecidos pela multidão (sejam títulos, recompensas de cargos, posições de poder etc) e não entende a contemplação do Ser. É válido lembrar que o Ser geralmente é traduzido da palavra grega "ontos" e foi entendido por Platão como algo imutável, que não está sujeito à geração, ou seja, não sofre transformações típicas da vida e da morte como de processos biológicos. O Ser sendo imutável, está vinculado a uma ideia (eidos) que faz Bem à todos e é bela para todos (kalos), portanto não é uma mera ideia no sentido de opinião ou imaginação; é una (universal).  

Seguindo o diálogo, os interlocutores discutem como o cessar de prazeres pode causar sofrimento e o cessar da dor pode causar prazer, porém analisam se não há experiências que não causam tais consequências. Sócrates toma os prazeres do olfato como exemplo, dizendo que estes não são precedidos por sofrimento algum, e por mais intensos que sejam os cheiros prazerosos captados, quando cessam eles deixam a psiquê imperturbável (sem sofrimento). A partir daí Sócrates e Glauco concluem que a dor/ o sofrimento são opostos do prazer, mas que há um estado intermediário da psiquê que não está necessariamente sofrendo ou deliciando-se: 

Sócrates — Tu não deves então te espantar que os homens que não têm a experiência da verdade tenham uma opinião falsa de muitos objetos e que, no que concerne ao prazer, à dor e ao seu intermédio, se achem dispostos de tal maneira que, quando passam à dor, a sensação que experimentam é exata, porque sofrem de verdade, ao passo que, quando vão da dor ao estado intermédio (indolor, mas sem prazer) e acreditam firmemente que atingiram a plenitude do prazer, enganam-se, porque, à semelhança das pessoas que oporiam o cinzento ao preto, por não conhecerem o branco, opõem a ausência de dor à dor, por não conhecerem o prazer. 

Assim, Sócrates indica que existe a dificuldade em convencer uma pessoa (que passou do estado de ignorância ao estado da opinião) a aprender mais. A pessoa que adquiriu um conhecimento parcial ou insuficiente e está satisfeita (ou orgulhosa) com isso, pode opinar sobre algo que não sabe (a opinião falsa), neste caso, ela pode estar acima da ignorância, mas está muito abaixo da ciência/ do saber. 

[585] Sócrates — Pensa agora da seguinte maneira: a fome, a sede e as outras necessidades semelhantes não são espécies de vazios no estado do corpo? 

Glauco — Sem dúvida. 

Sócrates — E a ignorância e o contra-senso não são um vazio no estado da psiquê? 

Glauco — São. 

Sócrates — Mas é possível preencher estes vazios tomando alimento ou adquirindo inteligência? 

Glauco — É claro. 

Sócrates — Assim, a plenitude mais verdadeira provém do que tem mais ou do que tem menos realidade? 

Glauco — É evidente que do que tem mais realidade. 

Sócrates — Então, a teu ver, destes dois gêneros de coisas, qual participa mais da existência pura: o que inclui, por exemplo, o pão, a bebida, a carne e a alimentação em geral ou o da opinião verdadeira, da ciência, da inteligência e, numa palavra, de todas as virtudes? Pensa do seguinte modo: o que se liga ao imutável, ao imortal e à verdade, que é de natureza semelhante e se produz num indivíduo semelhante, parece ter mais realidade do que o que se liga ao mutável e ao mortal, que é ele próprio de natureza semelhante e se produz num indivíduo semelhante? 

Glauco — O que se liga ao imutável tem muito mais realidade, sem sombra de dúvida. 

Os alimentos e os corpos que precisam dos alimentos podem ser decompostos, ou seja, podem ser feridos, portanto divididos, podem ser mortos e apodrecidos. Tudo isto faz parte dos organismos perceptíveis por nosso sistema sensorial, sejam eles sólidos, líquidos etc. A psiquê, seja mente, ou alma, é capaz de alcançar ideias universais e não pode passar pelos processos de decomposição típicos dos corpos, sendo por estes motivos, mais verdadeira que a matéria perceptível sensorialmente (Platão  segue esta mesma lógica em outros diálogos/ textos onde indica que a psiquê é imortal). Esta conclusão de Platão pode ser considerada polêmica ou absurda para cientistas que têm uma visão materialista da realidade e uma pré suposição deste tipo. Tal visão de mundo e pressuposto materialistas são reducionistas por negarem a possibilidade da existência de uma mente abstrata ou da alma, ainda que a discussão filosófica sobre este tema revivido por Descartes (1596-1650) não fôra concluída até este início de século 21. A pressuposição e visão materialistas típicas do iluminismo (movimento antropocêntrico) dos séculos 18 e 19, sobrevivem no meio científico ainda hoje. Porém é válido lembrar que teorias do século 20, como as da relatividade, conforme explicadas por Arthur Eddington (1882-1944), não são materialistas/ positivistas e têm abertura para cosmovisões mais amplas como a de Platão. Assim como Eddington não negou a realidade sensorial, pois estudou astrofísica e testou a teoria de Einstein, Platão também não a nega pois se importou com tal realidade ao fazer suas propostas políticas. Porém o cognoscível e a psiquê para o filósofo grego, são mais importantes e mais reais do que o sensorial, uma vez que estão por trás da intencionalidade (das ações, decisões etc) e sobrevivem à morte do corpo.

[586] Sócrates — Assim, os indivíduos que não têm a experiência da sabedoria e da virtude, que estão sempre nas festas e nos prazeres afins, são, ao que me parece, transportados para a região baixa, depois de novo para a média, e erram assim durante toda a vida. Não sobem mais alto; nunca viram as verdadeiras alturas, nunca para lá foram transportados, nunca foram realmente cheios do Ser e não experimentaram prazer seguro e puro. À semelhança dos animais, de olhos sempre voltados para baixo, de cabeça inclinada para a terra e para a mesa, pastam na pastagem gorda e acasalam-se; e, para satisfazerem ainda mais seus apetites, escoicinham, batem-se com seus chifres e matam-se uns aos outros no furor do seu apetite insaciável, porque não encheram de coisas reais a parte real e estanque de si mesmos.

(...) Sócrates — Mas então não ousaremos afirmar que os desejos relativos ao interesse e à ambição, quando seguem a episteme e a razão e procuram com elas os prazeres que a sabedoria lhes indica, alcançam os prazeres mais verdadeiros que lhes é possível experimentar e os prazeres que lhes são próprios, porque a verdade os dirige, se é verdade que o que há de melhor para cada coisa é também o que lhe é mais próprio? 

Glauco — Mas é exatamente assim. 

Sócrates— Então, quando toda a alma segue docilmente o elemento filosófico e não se produz nela nenhuma revolta, cada uma das suas partes mantém-se nos limites das suas funções, pratica a justiça e, também, recolhe os prazeres que lhe são próprios, os melhores e os mais verdadeiros que lhe é possível gozar. 

Desta forma Sócrates define como o prazer mais perfeito, o prazer em viver as finalidades da filosofia que é a moderação, a coragem, a justiça, o Bem, imutável e uno, o Ser... Em comparação aos prazeres do sábio/ do verdadeiro filósofo, os prazeres das outras duas categorias de psiquê, são menos verdadeiros e menos puros. Estes prazeres impuros então, típicos dos ambiciosos (filonikon, os amantes da vitória, da rivalidade/ da briga) e dos interesseiros (filokerdes e filokhrimaton, os amantes do proveito/ lucro e do dinheiro) são respectivamente mais falsos que os do verdadeiro filósofo. Tendo estes prazeres perfeitos típicos da filosofia, como referência, Sócrates classifica os demais prazeres de acordo com os tipos de governo e de indivíduos que governam; Assim, em 2º lugar após o prazeres já citados da filosofia, viria o prazer do timocrata que começa a buscar as honrarias por se perder dos objetivos filosóficos que são éticos (justiça, o bem etc); Depois viria o prazer típico dos oligarcas e dos democratas, que, mais corrompidos pelos interesses particulares e pelo descontrole, experimentam mais os prazeres vorazes e afrodisíacos. Por fim, o pior e menos saciável seria o prazer dos tiranos que se entrega a todos desejos mais afastados do bem e da justiça e às violências das 3 classes anteriroes. 

Platão faz mais observações sobre quais prazeres são bons e quais são ruins em outras obras além da "República", como Filebo e Hípias Maior. Se juntarmos suas observações/ argumentos sobre os prazeres citados nestas obras, é possível formar um panorama quase hierarquizado sobre este assunto.

[589-592] O filósofo conclui a partir do diálogo, que a honestidade submete nossa psiquê ao ser humano, ou mais precisamente ao divino, enquanto a desonestidade nos submete às nossas características mais animalescas/ bestiais. 

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