Breves observações sobre Lísis (Da Amizade)

Lísis é tido como um texto da fase inicial de Platão, quando Sócrates ainda era vivo. 

Ao iniciar um diálogo com Sócrates, Hipotalés acaba mostrando que está apaixonado por Lisis. Sócrates recomenda ao jovem para que não encha Lisis de elogios, pois isto deve incitar a vaidade no alvo de sua paixão. A pessoa tomada por vaidade dificilmente cede às investidas do apaixonado. Após esta recomendação, ambos vão de encontro a Lisis e Menexeno e Sócrates começa a puxar conversa com os dois. Sócrates diz então que não deve perguntar quais dos dois é mais rico, pois tudo é comum entre os amigos verdadeiros. Ambos concordam, mas Menexeno sai brevemente de cena. O filósofo então, segue perguntando à Lisis sobre seu relacionamento com pais e professores e sobre o que ele pode fazer e o que ele não pode. Ambos concluem que Lisis só pode fazer o que os outros determinam ou permitem que ele faça. Os relacionamentos de Lisis então, parecem regidos por interesses e não por amor, mas enquanto Lisis tiver um mestre (e ele tem vários: os pais e os professores) seu entendimento será insuficientemente capacitado. Assim Sócrates mostra à Hipotalés, que não deve-se bajular a pessoa por quem se tem interesse ou por quem se está apaixonado. 

Após Menexeno voltar à cena, Lisis pede para que Sócrates explique sobre o que conversaram. Ao invés disso, Sócrates diz que muitas pessoas desejam possuir alguma coisa (bens materiais, status), mas ele não quer nada disso. Ele diz que deseja amizade (filia), mostrando-se interessado pela amizade com certa admiração e questiona seus interlocutores sobre o assunto. 

Sócrates conduz a conversa propondo alguns tipos de amizades: 

 Amizade entre pessoas semelhantes, possivelmente entre homens de bem. 

Amizade entre homens que são diferentes, possivelmente devido a interesses. 

Amizade entre homens que não são nem bons nem maus e homens bons. 

De todas essas opções, Sócrates pensa que a única possibilidade lógica é a amizade entre homens bons e homens que não são nem bons nem maus. No final, Sócrates parece descartar todas essas ideias como erradas, embora suas refutações tenham fortes indícios de ironia sobre elas.

 

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